segunda-feira, 2 de junho de 2014

Se a moda mesmo é ser ocupado, eu escolho estar fora de moda


Quantas vezes a resposta à perguntas do tipo "como você está?", "como foi seu dia?" e "vamos marcar alguma coisa?" é "estou sem tempo" ou "estou ocupado" e variações? Quase sempre, certo? Porque a moda hoje é estar sempre com a agenda tão cheia que não seja possível fazer nada que fuja das (supostas) obrigações. Se você não for um sujeito ocupado o bastante (ou antes, bastante ocupado) você jamais será considerado bem sucedido. Será taxado de preguiçoso ou de vagabundo e daí pra pior. 

O que as pessoas parecem não entender é que ser "bem sucedido" não é um conceito universal aplicável a todas as pessoas da Terra. Sinceramente? Pode até não ser sua opinião, mas pra mim esse conceito é e deve ser pessoal. Só você sabe o que veio fazer no mundo. E se sua missão, o que faz seu coração pulsar, for algo como ajudar aqueles que você ama a alcançar o que eles acreditam que seja sucesso pra eles? Você vai ser obrigado a se inclinar às engrenagens do mundo e arrumar um emprego que lhe garanta um bom salário e falta de tempo eterna? 

Que me desculpem aqueles que acreditam que sim, mas eu não acredito. E digo por mim: eu não gosto de ter uma agenda cheia de falsas prioridades e que me impeça de fazer coisas que amo e que me fazem bem. Pra mim, prioridades são pessoas e relações. E a partir do momento que não tenho tempo pra elas, a coisa toda chamada vida perde o sentido. Se todo mundo realmente parasse pra pensar quais são suas prioridades o mundo poderia estar bem melhor. O problema é que está todo mundo sem tempo pra pensar. 

Todo mundo parece querer se sobrecarregar para ter a (falsa) sensação de ser extremamente importante e de seu trabalho ser visto como altamente relevante. Se você parar pra pensar, nem é bem assim. As coisas vão continuar acontecendo, o mundo vai continuar girando e as engrenagens vão continuar se movimentando e se encaixando mesmo que você decida ir mais devagar. 

Alguns diriam que sou muito nova e estou começando. Mas é justamente por isso que gosto de pensar e repensar sobre esses assuntos. Não quero cometer os mesmos erros que vejo tanta gente infeliz (e ocupada) cometendo por aí. Eu quero uma vida mais simples e tranquila. E já tenho buscado isso no meu dia-a-dia. Tenho sido bastante feliz desse jeito. 

Acho que todos deveriam experimentar. Afinal, ao contrário do que muitos defendem e acreditam, o mundo não me parece um campo de batalha em que você precisa buscar sempre ser melhor que o outro . O mundo é, sim, pra você buscar se superar e isso não envolve levar uma vida corrida e irrefletida. 

6 comentários:

  1. "Eu quero uma vida mais simples e tranquila. E já tenho buscado isso no meu dia-a-dia." O que vem ser exatamente pra vc uma vida mais simples e como tem buscado isso?

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  2. Oi Mari, gostei do seu texto-desabafo! Só precisamos conversar um pouco mais sobre a falta de opções de vida, me parece que fomos criados para visualizar apenas em um ou alguns poucos modelos de vida possíveis e mesmo quando enxergamos outras possibilidades, falta coragem (e outras coisas) para ir adiante. Ás vezes eu compreendo as pessoas ocupadas... no fundo não é que elas não queiram viver de outra forma, é que é incrivelmente esmagador e opressor tentar ser um pouco "diferente" nessa sociedade. Mas isso é assunto pra uma tese de doutorado kkkkkk

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  3. Esse blogger vive dando problema nos comentários ¬¬ Não consigo clicar em responder. Gui, pra mim, uma vida mais simples passa pelo não consumismo excessivo, porque pelo que parece as pessoas se ocupam cada vez mais com o objetivo principal de fazerem mais dinheiro pra comprar supérfluos. O consumismo desenfreado chegou num nível que as pessoas se endividam por conta de comprar o que não precisam. É assustador! Além disso, uma vida mais simples também envolve poder estar em contato com a natureza, observar as belezas que ela tem pra encher nossos olhos (outro dia me peguei no meio da rua olhando um miquinho andando no fio de eletricidade rs) e ter tempo para aqueles que amo. Pra mim são essas coisas que fazem a vida valer a pena, sabe? E não o que o meu dinheiro pode comprar... Mas isso é a MINHA opinião. O que eu acho é que as pessoas devem buscar o que importa pra elas (e não necessariamente vão concluir o mesmo que eu). O problema é que todo mundo parece seguir como uma manada dando importância a coisas sem nem refletiram se é o que pensam mesmo ou se é só algo "imposto" (pela mídia, pela sociedade etc).

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  4. Pati... o seu comentário me deu vontade de escrever um outro texto hahahaha Na verdade eu poderia tirar mais de um texto dele. Eu acho que existem pelo menos dois tipos de ocupados: os que realmente não tem outra saída (pelo menos a curto prazo) - por exemplo, aqueles que gastam mto tempo da casa pro trabalho e vice-versa e não tem como mudar de emprego ou de casa no momento porque PRECISAM daquilo pra se sustentar - e aqueles que enchem o seu dia pra fugir dos problemas e pra fazer o máximo de dinheiro que podem pra comprar e comprar e comprar e esquecer que levam uma vida sem sentido apenas seguindo irrefletidamente uma "manada social"... Essa segunda situação eu acho bem triste, viu? Eu sei bem que é complicado ser diferente na nossa sociedade e sei que você sabe bem disso também... mas eu acho que o começo de uma mudança é a reflexão... E a maioria das pessoas tem preguiça de refletir... É isso que me incomoda, sabe? Eu não acho que de uma hora pra outra as coisas vão mudar, mas acho que já tá mais que na hora de pensar um modelo diferente... E pra nós que estamos começando é mais que válido pensar que tipo de vida queremos construir pra gente :D

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  5. Nossa, esse é o ponto fraco de tudo né Mari: a falta de reflexão. Nisso eu estou de pleno acordo kkkkkkk às vezes converso com as pessoas e a sensação é de estar conversando com um robô kkkkkkk

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  6. hauhauhauhauah Muitas vezes tenho essa mesma sensação...

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