quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Eu gosto é do estrago.


Sempre que você me vem é com esse seu ar superior de quem tem a vida perfeita, de quem já tem todas as respostas e sabe exatamente o que fazer com a própria vida. Eu não. Eu sou toda errada. Sou uma perdida no mundo. Amo tudo e não amo nada. Não sei como e onde vou estar daqui a cinco anos. Não sei fazer esse tipo de plano. Minha vida parece estar sempre uma bagunça, enquanto a sua parece estar sempre traçada previamente. E o mais incrível é você conseguir seguir tudo isso. Não sei como faz. Me pergunto também se é feliz assim, sem ter surpresa nenhuma na vida. Eu gosto é do estrago. Gosto do inesperado, do errado, de não saber bem como vai ser o "dia de amanhã". É bem mais emocionante. Adrenalina! Mas você, ao menos, não sente medo. Aí na sua vidinha pré-programada não precisa temer o amanhã, porque já sabe como vai ser. Está sempre antecipando o destino. Enquanto eu, fico nessas idas e vindas, vontades e não-vontades. Sei lá se vai funcionar pra sempre. Mas por hora me sinto livre sendo assim. E liberdade é a minha substância. 

domingo, 18 de novembro de 2012

Sistema Penitenciário, Sociedade e Ressocialização

O texto que segue escrevi por sugestão da Priscylla Knopp. Foi ótimo para relembrar que algumas coisas no Direito ainda me dão vontade de estudar. Foi publicado no blog dela (Um Olhar à Esquerda): 
http://umolharaesquerda.wordpress.com/2012/11/18/ressocializacao/


Segue o que escrevi:


Dentre os inúmeros problemas que o Brasil atravessa, temos a questão do sistema penitenciário e da ressocialização dos egressos desse sistema.

Quando se estuda, em teoria, os sistemas punitivos do nosso Direito Penal, este parece ser organizado e bom o suficiente para diminuir a criminalidade e tornar a vida de presidiários ao menos digna de ser chamada de vida. Entretanto, nada está mais distante da realidade. O que se vê são cadeias lotadas, péssima qualidade de existência e praticamente nada de ressocialização. São verdadeiras escolas de criminosos. 

Tanto isso é verdade que de 1995 para 2009, a população carcerária aumentou 318%, não acompanhando o aumento da população: de 95 presos para cada 100.000 habitantes em 1995 passou para 246 presos para cada 100.000 habitantes em 2009. Os números são alarmantes. E demonstram claramente que algo está muito errado nisso tudo. 

Além disso, quem de fato é preso no Brasil? Fala-se muito em impunidade, mas a verdade é que para os setores mais pobres, esta não existe nem de longe. Só há impunidade para quem tem dinheiro para pagar por ela. O que superlota as prisões, em geral, são crimes contra o patrimônio, notadamente furtos e roubos. Trata-se de uma grande massa de jovens negros e pobres, moradores de favelas e periferias. Estes é que são presos no Brasil. 

É por isso que se diz que prisão é escola para criminosos. O sujeito rouba uma galinha porque sua família está passando fome e fica anos preso por isso. É claro que, em contato com diversos outros "criminosos", ele aprenderá diversas "técnicas" e "aprimorará" seus crimes. 

Isso se torna ainda mais grave quando pensamos em ressocialização. O sujeito cumpriu sua pena. Muito bom. Sai da prisão. Vai procurar um emprego e não consegue por ser egresso do sistema penitenciário. A função punitiva pertence ao Estado e não à população por alguns motivos. Entre eles está a necessidade de se evitar a vingança privada, por exemplo. 

Mas é ilusão acreditar que a função punitiva está restrita ao Estado. Isso fica claro no exemplo citado acima. O sujeito não consegue emprego. Cumpriu sua pena, mas continua sendo punido. E, muitas vezes, por um crime que nem oferecia perigo social. Aí o sujeito vai voltar para o “mundo do crime”. É quase um ciclo. 

Já dizia Cesare Beccaria, em 1764 (!), que “só as leis podem fixar as penas de cada delito e que o direito de fazer leis penais não pode residir senão na pessoa do legislador”. Isso significa que a população não tem o direito e de agravar a pena do sujeito. Como queremos diminuir a criminalidade se não damos sequer uma chance do sujeito se reerguer e recomeçar sua vida de forma digna?

Como já disse Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio de Janeiro, a prisão é uma pena de morte social. O criminoso fica condenado a receber essa alcunha pelo resto de sua vida.

Prova cabal de que o sistema penitenciário está longe de ser o ideal é ter que ouvir do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em pessoa, que preferia morrer a ser preso no Brasil. Precisa de mais? O problema maior não é o referido Ministro fazer esse tipo de afirmação, mas fazê-lo e ainda assim não buscar real solução para o problema. Aumentar vagas ou aumentar o número de presídios nitidamente é solução paliativa. É fácil cruzar os braços quando não se corre grandes riscos de ser preso. Afinal, quem vai pra cadeia no Brasil é negro e pobre. Prova disso é toda a comoção diante do julgamento do mensalão. Se fosse corriqueiro ricos serem presos, o país não estaria tão impressionado com a coisa toda.

Por fim, vale citar novamente Beccaria:

Entre os romanos, quantos cidadãos não vemos, acusados anteriormente de crimes hediondos, mas em seguida reconhecidos inocentes, receberem da veneração do povo os primeiros cargos do Estado? Porque é tão diferente, em nossos dias, a sorte de um inocente preso?
É porque o sistema atual da jurisprudência criminal apresenta aos nossos espíritos a ideia da força e do poder, em lugar da justiça; é porque se lançam, indistintamente, na mesma masmorra, o inocente suspeito e o criminoso convicto; é porque a prisão, entre nós, é antes um suplício que um meio de deter um acusado.


Vale ressaltar que essas afirmações foram feitas no séc. XVIII e ainda hoje podem ser consideradas atuais. É necessário que mudanças sejam promovidas. E é impossível pensar mudanças apenas de cima para baixo. A mudança deve ser de cada um. Mudança de consciência e de cultura. Todos precisamos abrir os olhos aos problemas citados. Eu sou mulher, branca, de classe média, estudante. Definitivamente não me encaixo no “perfil” dos presos. Provavelmente você que está lendo isso também não. Mas estamos falando de seres humanos como nós que merecem ser tratados como tais.

Isso sem falar na responsabilidade que a sociedade como um todo tem por esses sujeitos. Mas esse seria um assunto para outro texto. Então melhor terminar por aqui.



Inspirações:

Livro Dos Delitos e Das Penas, de Cesare Beccaria.

Vídeo “A Prisão é para quem?”, com discurso do deputado estadual do RJ, Marcelo Freixo, no plenário da Alerj em 14 de Novembro de 2012. http://www.youtube.com/watch?v=o-7S8DUbbKk&feature=plcp

sábado, 17 de novembro de 2012

"You don't know how much I miss you"


Minha mãe perguntou hoje do que eu mais sinto saudade sobre você
Respondi que sinto saudade de tudo
De cada parte de você e do que temos juntos

Esta é a grande verdade:
Sinto falta da sua voz
Sinto falta do seu abraço
Dos seus beijos
De sentir seu corpo junto ao meu
De conversar
De contar cada parte boba do meu dia

Sinto falta de saber que você está por perto
De poder te ligar e dizer que estou triste
Ou de contar algo super feliz que acabou de acontecer

Pode parecer exagero, mas é exatamente assim que me sinto por não ter você aqui e agora. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Minimalizar os sentimentos.


É bem isso mesmo. O que já não vale mais a pena, não deve ser mantido. Sejam coisas, sentimentos ou pessoas. E não se trata de ser fria. Trata-se, apenas, de saber avaliar o que te faz bem e o que já não faz mais.

:D

sábado, 3 de novembro de 2012

Catarse ou O Mesmo Desespero de Sempre


Sinto-me presa a uma escolha
Não consigo enxergar alternativas
Mas não quero isso pra mim

Esses dias sempre vêm
O desespero me toma
E não encontro caminho a seguir
Se pudesse voltaria no tempo
Mudaria minhas escolhas

Simplesmente não sei o que fazer
As alternativas que busco 
Não são as que realmente desejo

Não sei o que desejo
E isso, talvez, seja o pior de tudo
Saber que a escolha foi errada
Mas não saber qual seria a correta

Quando me canso de buscar resposta
Decido ir vivendo assim
Mesmo sem saber
Mas não adianta
Porque uma hora dessas 
Eu vou ter que encontrar a resposta
E é isso que me consome
É isso que me mata por dentro

Não sei o que fazer. 



"Quero explodir as grades
E voar
Não tenho pra onde ir
Mas não quero ficar"

(Novos Horizontes)

"Que a chuva caia
Como uma luva
Um dilúvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato"

(Alívio Imediato)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Juno.



- I need to know that it’s possible that two people can stay happy together forever.
- Well, it’s not easy, that’s for sure. (…) Look, in my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome. The right person are still gonna think the sunshine is on your ass. That’s the kind of person that is worth to get with.
- Yeah… Yeah. I think I found the person.


Delícia assistir esse filme hoje :)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Saudade.


A saudade é tão grande
Que se eu pudesse
Arrancava meu coração
Pra descansar
Por um instante.